A maioria dos evangélicos em São Paulo não aprova a interferência política de pastores, segundo uma pesquisa realizada pelo Datafolha entre 24 e 28 de junho de 2024. O estudo entrevistou 613 moradores da capital paulista que professam a fé evangélica e revelou uma tendência clara contra o envolvimento direto dos líderes religiosos em assuntos eleitorais.
A pesquisa, que possui uma margem de erro de quatro pontos percentuais, mostrou que 56% dos entrevistados preferem que os pastores não apoiem candidatos durante o período eleitoral. Uma oposição ainda maior, de 70%, é contra a prática de pastores indicarem diretamente em quem votar. Ou por outra, 76% dos evangélicos são contra recomendações pastorais para não votar em determinado candidato.
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Outra invenção importante é que oito em cada dez evangélicos afirmam nunca ter escolhido um candidato sugerido por seus líderes religiosos, e 90% disseram que nunca se sentiram pressionados a seguir tais sugestões.
Em relação à crédito em políticos que compartilham a mesma fé, os resultados foram variados: 11% confiam muito mais em um político evangélico, enquanto 20% confiam um pouco mais. No entanto, 13% confiam um pouco menos e 14% confiam muito menos. Para 37% dos entrevistados, a religião do político não faz diferença.
A pesquisa também abordou a percepção dos evangélicos sobre a mistura de política e religião. A maioria, 55%, discorda da premissa de que política e valores religiosos devem marchar juntos. Ou por outra, 76% dos evangélicos acreditam que os pastores não devem falar sobre política durante os cultos.
Os dados refletem uma resistência entre os evangélicos paulistanos em relação à politização dos púlpitos e a influência de seus líderes nas eleições. Esse cenário aponta para uma preferência por uma separação mais clara entre as atividades religiosas e as campanhas políticas.
Para a eleição municipal que se aproxima, 87% dos evangélicos julgam principal que o candidato a prefeito acredite em Deus, embora haja uma subdivisão quanto à valia de o candidato ter a mesma fé: 53% acham isso irrelevante, enquanto 50% consideram um pouco ou muito importante.