Com a Convenção Pátrio Democrata encerrada nesta quinta-feira (22), Chicago virou cenário de protestos contra a ofensiva israelense em Gaza, que ganharam mais significado com a decisão do partido de não permitir uma voz pró-Palestina no palco principal.
A candidata presidencial e vice-presidenta dos Estados Unidos, Kamala Harris, despertou os aplausos mais efusivos quando afirmou que está trabalhando para que “o povo palestino possa concretizar o seu recta à pundonor, à segurança, à liberdade e à autodeterminação”. Seu objetivo e o do presidente Biden, disse ela, seria o término da guerra, com a garantia à segurança de Israel, a libertação dos reféns e o término do “sofrimento em Gaza”.
Os aplausos e demonstrações de suporte a esse trecho do prece foram muito mais intensos em confrontação à sua fala anterior, em que afirmou “sempre tutelar o recta de Israel de se tutelar” e de “prometer” a sua capacidade de o fazer, porque “o povo de Israel nunca mais deve enfrentar o horror que uma organização terrorista chamada Hamas causou em 7 de Outubro.”
Protestos
Milhares de pessoas saíram às ruas durante a semana em Chicago e 30 delegados eleitorais do partido se manifestaram francamente contra o suporte do governo Joe Biden e Kamala Harris. As manifestações foram pacíficas, com somente um incidente na terça-feira que terminou com a detenção de vários ativistas que romperam uma barreira de segurança. Os protestos de quinta (22) não ficaram restritos à Chicago, onde foi realizada a convenção, mas também tomaram as ruas da capital estadunidense Washington D.C. para reivindicar contra o suporte dos EUA a Israel.
O Hamas afirmou nesta sexta-feira (23) que a insistência do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em manter tropas na fronteira entre o território palestino e o Egito reflete seu desinteresse em obter uma trégua nas negociações que ocorrem depois dez meses de guerra. O porta-voz de Netanyahu, Omer Dostri, afirmou na quinta-feira que uma delegação no Cairo, “negocia para continuar em um simetria para libertar os reféns” sequestrados em 7 de outubro durante o ataque do Hamas em Israel que desencadeou a guerra.
O movimento islamista palestino, que governa Gaza desde 2007, não participa desta rodada de negociações indiretas. Netanyahu considera que o controle da tira ao longo da fronteira egípcia é necessário para evitar o rearmamento do Hamas e seu gabinete, cuja coligação de extrema direita tem membros que se opõem a uma trégua, negou relatos de que o dirigente de governo concordou com a retirada do setor.
Os países mediadores — Egito, Estados Unidos e Sondar — há meses tentam obter um simetria para findar com a guerra que devastou o território palestino. As negociações acontecem depois da nona viagem ao Oriente Médio, desde o início do conflito, do dirigente da diplomacia estadunidense, Antony Blinken, que terminou sem nenhum progresso.Testemunhas relataram nesta sexta-feira intensos combates no setentrião de Gaza, bombardeios no meio e disparos de tanques no sul deste estreito território com 2,4 milhões de habitantes, 90% deles deslocados ao menos uma vez nestes dez meses, segundo a ONU.
“Os civis estão exaustos e aterrorizados, fogem de um lugar destruído a outro, sem um término à vista”, condenou na quinta-feira Muhammad Hadi, coordenador humanitário da ONU para os territórios palestinos.
Depois mais de 10 meses de ataques israelenses, alguns já não consideram uma trégua um tanto verosímil.”Eu falo com tristeza. Não acredito que acontecerá (…) Todos estão motivados por interesses pessoais, tanto em Israel uma vez que em outros locais, e até mesmo entre os mediadores”, lamentou Ran Sadeh, um israelense de 57 anos entrevistado pela AFP em Tel Aviv.
*Com AFP e The Washinngton Post
Edição: Leandro Melito