A postura do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, frente aos protestos e greve universal contra seu governo é a de lucrar tempo para obter novos apoios na perenidade da guerra contra os palestinos na tira de Gaza. Dentre eles, o mais importante pode vir de uma eventual vitória de Donald Trump, do Partido Republicano, nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, já que o atual presidente do país, Joe Biden, tem pressionado por um cessar-fogo.
Essa é a avaliação do rabino em Relações Internacionais e professor associado da Universidade Federalista do ABC (UFABC) Giorgio Romano, em entrevista ao Médio do Brasil. “Já tinha manifestações e está aumentando muito. E isso em sintonia com a pressão dos Estados Unidos. O governo Biden gostaria muito de resolver isso rápido, antes das eleições, enquanto o Netanyahu está resistindo e enrolando, porque ele quer lucrar tempo, apostando numa verosímil vitória do Trump, que vai mudar tudo para ele”, avalia Romano.
Os protestos bloquearam estradas e foram mobilizados depois que o tropa israelense recuperou os corpos de seis reféns mortos, no último sábado (31). A população reivindica que o governo Netanyahu adote novas ações para resgate dos reféns. A principal delas seria um cessar-fogo e a construção de um combinação com o Hamas para libertação dos reféns. O primeiro-ministro israelense pediu desculpas às famílias dos reféns mortos.
Apesar disso, Romano avalia que Netanyahu vai manter a atual política. “Essa pressão interna é grande e muito focada na questão para libertar os reféns, mas o Netanyahu quer lucrar tempo. Portanto, é muito imprevisível. Tem sinalizações de lá para cá, sempre com enrolação, dizendo ‘estamos chegando a um combinação’. Depois tem um pormenor e a coisa não anda. Meu pressentimento é que Netanyahu vai ainda tentar enrolar e manter a posição que ele tem. Está ficando mais difícil, mas não dá para proferir que ele vai agora concordar um cessar-fogo, que seria uma reviravolta na estratégia que ele vem implementando até agora”.
“A estratégia de Israel é tentar nascer porquê quem é razoável, para depois colocar a culpa no Hamas que não tem avanços”, destaca o professor.
A entrevista completa com Giorgio Romano, feita pela apresentadora Luana Ibelli, está disponível na edição desta quarta-feira (4) do Médio do Brasil, no conduto do Brasil de Indumento no YouTube.
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Edição: Thalita Pires
