O Brasil registrou um aumento de 78% no número de eleitores de 16 e 17 anos – que não são obrigados a votar – desde 2020. Em Minas Gerais, quase 150 milénio eleitores nessa filete etária estão aptos a votar. Com isso, cresce o número de candidatos e candidatas que voltam as atenções para esse público.
Em entrevista ao Brasil de Vestimenta MG durante o Festival Sensacional, que aconteceu no último término de semana em Belo Horizonte, o rapper mineiro FBC reafirmou a influência de se notar aos discursos e ao posicionamento dos candidatos, não só no período eleitoral, mas principalmente fora dos holofotes.
Confira a entrevista:
Brasil de Vestimenta MG: No período eleitoral, é importante realçar a relevância do setor cultural. Em sua avaliação, o que é necessário julgar na hora de escolher um candidato no que diz reverência à temática?
Acredito que é crucial conscientizar, principalmente os novos eleitores. Com tantas ferramentas de pesquisa disponíveis, porquê o Google, é importante que as pessoas pesquisem sobre os candidatos e vejam se eles estão realmente comprometidos com a cultura ou se estão exclusivamente surfando na vaga da popularidade atual, porquê o interesse em música, grafite, hip-hop, ou o paladar pela favela.
Vamos investigar a trajetória dos candidatos. Onde eles estavam em 2013? Com quem andavam em 2018? Pesquisar essas informações é fundamental.
Você citou o pretérito, mas neste ano temos um número recorde de eleitores mais jovens, que não acompanharam as jornadas de julho de 2013, por exemplo, e que muitas vezes não têm tanta noção da diferença que voto faz e da influência dessa escolha. O que se pode expor para esse público?
Meu recado é: pesquise e pense muito. São quatro anos e muita coisa pode suceder. Lembre-se de que você tem o poder de mudar as coisas com seu voto. Não entregue seu voto de perdão exclusivamente por conveniência. Pense em seus amigos, na sua comunidade, no seu bairro e na sua cidade. Pesquise sobre os candidatos e veja quem eles apoiavam em 2013, 2018, e assim por diante.
Outro ponto crucial citado por você é a favela e a forma porquê candidatos se apropriam da cultura periférica em períodos eleitorais. Em São Paulo, tivemos o candidato Pablo Marçal (PRTB) tentando se apropriar do funk paulista e os próprios funkeiros contrapondo essa teoria. Você tem um público muito grande, formado em boa troço por pessoas jovens e periféricas. Se você pudesse dar um recomendação para esses eleitores, qual seria?
Eu diria: continue me acompanhando e confie na minha luta e no meu trabalho. Estou comprometido com a cultura da cidade e com as comunidades periféricas, não só em BH, mas também na região metropolitana. Conheço muitas pessoas verdadeiramente comprometidas com a cultura e vou estar lá, falando e apoiando. Votem em candidatos que realmente trabalham nas ruas e nas comunidades, que ocupam territórios de forma genuína, não exclusivamente aqueles que aparecem oportunamente durante as eleições. Confie em minha termo e no meu compromisso.
Acesse minhas redes sociais e confie em candidatos que estão verdadeiramente comprometidos com a cultura. Evitemos aqueles que estão exclusivamente tentando tirar vantagem. Eu venho da favela e conheço a verdade de muitos que, ao longo dos anos, demonizam a cultura e, durante as eleições, se mostram interessados.
Quais são as reivindicações e pautas culturais a serem observadas agora? Os jovens devem estar atentos. Pensem sobre os lugares que frequentam e se têm condições para isso. Se você frequenta lugares caros, você também deve se preocupar com aqueles que não têm essa possibilidade.
A juventude precisa saber quem está comprometido com a ocupação dos espaços da cidade, com a oferta de entretenimento e lazer atingível para todos. Considere isso ao escolher seus candidatos.
Manancial: BdF Minas Gerais
Edição: Lucas Wilker