O primeiro julgamento de caso de lesbofobia contra uma parlamentar eleita no Brasil, previsto para suceder nesta quinta-feira (29), foi diferido para 24 de outubro. O motivo foi a exiguidade do criminado, Sandro Promanação Ferreira Branco.
Ele alegou que estava em atendimento odontológico na hora da audiência. A resguardo de Branco apresentou um atestado da suposta consulta e até mesmo uma foto do réu em uma cadeira de dentista, com a boca ocasião, aparentemente realizando um procedimento.
Os ataques lesbofóbicos ocorreram em 2022 contra a vereadora Bia Caminha (PT), que atua na Câmara Municipal de Belém. O criminado proferiu ofensas e agressões contra a parlamentar por meio das redes sociais.
Logo depois o protraimento da audiência, Bia Caminha falou com o Brasil de Trajo. Segundo ela, a procura pela responsabilização do criminado vai continuar, independentemente das tentativas de postergar o julgamento.
“Eu estive presente hoje de manhã no lugar do julgamento, no entanto, o réu apresentou, na madrugada de hoje, uma petição falando que estava incapaz de ir ao julgamento por estar no dentista. Tenho crédito que o Ministério Público e a justiça sigam seus ritos. Não adianta fugir, não adianta se esconder. A gente vai até o termo para que a justiça seja feita.”
Sandro Promanação Ferreira Branco é assessor do deputado federalista licenciado Éder Mauro (PL), candidato à prefeitura de Belém. O conservador tem atuação pautada por polêmicas e ataques aos direitos humanos.
Espargido nos bastidores da política uma vez que um dos assessores mais próximos do parlamentar, Branco também tem envolvimento em controvérsias. Um relatório da Polícia Social do Pará o identificou uma vez que um dos líderes de um movimento organizado no estado com objetivos golpistas.
O protraimento é mormente significativo, pois a data original do julgamento coincidia com o Dia Pátrio da Visibilidade Lésbica (29 de agosto). Durante a sessão, movimentos populares de resguardo dos direitos LGBTQIA+ realizaram revelação em frente ao tribunal para estribar a vereadora.
Edição: Felipe Mendes