O primeiro dia de competições dos Jogos Paralímpicos de Paris, nesta quinta-feira (29), já foi de sarau da delegação brasileira com a conquista das três primeiras medalhas. O responsável pela primeira, de ouro, foi Gabriel dos Santos Araújo, publicado uma vez que Gabrielzinho. Com o tempo de 1min53s67, o desportista venceu os 100 metros nato costas da classe S2 e garantiu o primeiro lugar no pódio.
E ainda na natação, houve também a conquista de uma medalha de prata por Phelipe Rodrigues, nos 50 metros livre da classe S10, e uma de bronze por Gabriel Bandeira, nos 100 metros mariposa da S14.
O sucesso do primeiro dia dá indícios de que o país deve manter o bom desempenho de outras edições nesta edição das Paralimpíadas. Desde os Jogos de Pequim, em 2008, o Brasil vem conseguindo se manter entre os dez primeiros colocados no quadro universal de medalhas.
“Eu acho que o grande sigilo do sucesso é o investimento na base. E o Brasil tem feito isso com uma maestria, uma vez que exemplo de outros países que são grandes potências: Ucrânia, China…”, avalia a jornalista Luciane Tonon, que também é doutora em Ciências do Esporte pela Universidade de São Paulo (USP).
Tonon está em Paris e conversou com o jornal Mediano do Brasil desta quinta (29) sobre a expectativa para a edição deste ano. Ela destaca a delegação recorde levada à França. Dos 280 integrantes, 255 são esportistas com deficiência.
“O Brasil tem buscado os atletas de base mesmo e espalhado os centros de referências pelo Brasil todo, promovendo a inclusão de novos atletas. A gente veio com uma delegação com 88 estreantes dos 255 que estão cá. Portanto, isso significa que já é resultado das Paralimpíadas Escolares, que é um evento que é o maior do mundo que a gente tem aí no Brasil, que normalmente gira em torno de 1.300 crianças”, explica.
Mesmo com o bom desempenho, o esporte paralímpico ainda tem menos atenção do que as olimpíadas. A jornalista atribui o indumentária ao preconceito, apesar dos avanços.
“Os talentos têm superado isso. Foi a passos lentos que as marcas foram aos poucos aderindo à pessoa com deficiência. As empresas têm se crédulo ao patrocinar e a mídia também tem oferecido muita força para a gente. Eu tenho uma grande paixão pelo esporte paralímpico, mas eu acho que o Brasil ainda é uma gaiato e nós estamos caminhando para isso, porque talento é o que não nos falta cá no Paralímpico.”
“Nós estamos no top 10 e vamos nos manter. Precisamos que as políticas públicas e a sociedade de modo universal comece a reputar esse tipo de esporte e que a gente possa levar, difundir nas redes sociais cada vez mais, porque eles são guerreiros e merecem todo o nosso saudação, nosso destaque”, reforça.
A doutora em Ciências do Esporte pela USP é autora da biografia Beth Gomes: uma atena brasileira. Beth era jogadora de vôlei quando foi diagnosticada com esclerose múltipla em 1993 e se tornou veterana do atletismo. Ela foi uma dos porta-bandeiras brasileiros junto com Gabrielzinho na cerimônia de lhaneza das Paralimpíadas de Paris.
“Beth Gomes é uma mulher de 59 anos que tem esclerose múltipla e ela faz do esporte o prolongamento da sua saúde mesmo, leva muito a sério, ela é um exemplo.”
“Eu fiz a biografia dela comparando com a diva Atena, da mitologia grega. Eu faço essa semelhança porque ela merece muito mais do que ser uma simples pessoa com deficiência. Ela é uma mulher, ela é uma guerreira, ela vai além das limitações físicas e eu tive muito orgulho de grafar a biografia dela. E vai levar mais um ouro”, torce.
A entrevista completa, conduzida pela apresentadora Luana Ibelli, está disponível na edição desta quinta-feira (29) do Mediano do Brasil, no via do Brasil de Trajo no YouTube.
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O Mediano do Brasil é uma produção do Brasil de Roupa. O programa é exibido de segunda a sexta-feira, ao vivo, sempre às 13h, pela Rede TVT e por emissoras parceiras.
Edição: Felipe Mendes
