Durante mais de quatro semanas, a Frota pela Sossego, a Vida e a Permanência no Território percorreu a Colômbia com o objetivo de dialogar com as comunidades locais, levar assistência humanitária nas zonas mais distantes do país e registrar testemunhos e informações sobre a situação em material de Direitos Humanos no país.
Encerrada na última sexta-feira (23), com uma enunciação pública que contempla as exigências das comunidades, os organizadores trabalham para sistematizar a informação recolhida em campo. O relatório que será enviado para as autoridades colombianas pede mudanças nas políticas públicas do Estado, para “enfrentar a crise humanitária nos territórios visitados, que é resultado do conflito armado”.
“O paramilitarismo, que no pretérito foi o grupo que maior número de vítimas causou, hoje segue sendo a maior prenúncio à silêncio, por ser o grupo armado ilícito com maior presença e incidência em todo o país.”, informou a organização da Frota em nota ao Brasil de Vestimenta.
A Frota começou por Bogotá, seguiu para o leste de Antioquia, depois para o sul de Bolívar, Arauca, Chocó, Valle de Cauca e Cauca, e terminou em Cali. O trajeto foi realizado por chiva – meio de transporte tradicional que é usado no campo – ônibus e barcos, percorrendo centenas de quilômetros. A Frota foi apoiada por mais de 100 organizações sociais nacionais e internacionais. Ao todo, participaram 187 pessoas de 14 nacionalidades. Durante todo o trajectória 128 camponeses, indígenas e quilombolas fizeram a segurança da Frota.
Em sua enunciação final, a Frota responsabiliza o paramilitarismo pelo “controle das comunidades e desarticulação dos movimentos sociais comunais de resistência, que lutam por uma vida digna e sua permanência no território.”
“A consolidação dessa estratégia se estende por todo o país, em zonas rurais e urbanas, conformando um projeto político que lhes permite ter controle econômico (permitido e ilícito), social, político e territorial. Tudo isso no marco da estratégia de genocídio continuado contra a população que se mostra incômoda aos interesses do capital.”
A Frota aponta que testemunhou ao longo do trajectória uma crise humanitária, com situações de pobreza extrama e míngua nas regiões visitadas, assim uma vez que um potente progresso de grupos paramilitares, com o recrutamento forçado de menores e jóvens, utilizados para realizar atentados contra estruturas e pessoas de organizações sociais.
“Exigimos do governo colombiano que esta situação de desabrigo institucional que sofrem as comunidades termine. Que não negue o progresso paramilitar e utilize todas as ferramentas disponíveis para ultimar com essa situação. O Estado deve prometer os direitos humanos de toda a população, para tanto, deve implementar ações concretas e fazer com que sejam cumpridas”, diz a enunciação final da Frota.
Edição: Rodrigo Durão Coelho