O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), voltou a gerar tumulto no núcleo da esquerda. Ao justificar os motivos de ter se ausentado da inauguração do Perímetro Viário da Grande Florianópolis, na cidade de Palhoça, Jorginho alegou que a inauguração não precisaria de “tribuna, nem de filete” por ser uma obra feita com recursos privados.
O perímetro conta com 50 quilômetros de extensão e foi projetado e executado pela concessionária Arteris, com processo de fiscalização da Sujeição Pátrio de Transportes Terrestres (ANTT).
Em 2007, vale lembrar, as obras já estavam dentro do contrato de licença da BR-101, que era comandado pela OHL Brasil à estação. Sem vitória, o perímetro que deveria ser entregue em 2012, se prolongou muito além do previsto, visto que ao final do ano em questão ainda não tinha sido iniciado a construção de indumento.
Dois anos depois, já em 2014, o empreendimento foi iniciado e entregue somente neste ano, 10 anos depois. Ao todo, 17 anos em curso, atravessando as gestões Lula 2, Dilma 1, Dilma 2, Temer, Bolsonaro e, novamente, Lula 3.
Jorginho, que é um dos maiores aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nutriu sentimento de insatisfação no núcleo do PT. As falas do mandatário catarinense não ecoaram exclusivamente no reduto sítio, mas chegou em Brasília. Nos bastidores, o Planalto não recebeu muito a enunciação do direitista, que já não é uma liderança próxima do presidente Lula.
Aliados da base lulopetista têm sinalizado que o catarinense é um poderoso nome para assumir uma verosímil vaga ao Executivo federalista, caso a direita esteja sem representante firmado em 2026. “Aguardo o dia em que o governo federalista venha destravar obras públicas que são de inteira responsabilidade de Brasília, porquê a BR-470”, disparou o governador.
O presidente da República estava no evento. Ele fez questão de reportar publicamente a escassez do governador e disse que o direitista optou não ir “para inaugurar a maior obra viária”.
Além de Lula, também compareceram no ato de cerimônia o ministro dos Transportes, Renan Fruto, e o diretor-geral da Sujeição Pátrio de Transportes Terrestres (ANTT), Rafael Vitale.
Santa Catarina é o estado com a maior concentração de espeque a Jair Bolsonaro. No reduto, Bolsonaro ganhou com ampla margem contra Lula, cravando murado de 40 pontos de diferença nas eleições presidenciais de 2022.
