Entre agosto de 2022 e julho de 2023, uma superfície de 11.442 hectares foi explorada para a extração de madeira em Roraima, segundo dados organizados pelo Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira (Simex). Os números indicam um salto de 584% com relação aos 12 meses anteriores, revelando a maior taxa de extração de madeira desde que o Simex iniciou o monitoramento, em agosto de 2019.
Do totalidade da madeira não autorizada retirada no estado, 81% tem origem de imóveis rurais privados; 9%, de assentamentos rurais; outros 9%, de áreas não destinadas e o 1% restante em outras categorias fundiárias. Não há registo da atividade em terras indígenas e outras áreas protegidas.
Na avaliação do pesquisador Paulo Pacheco, consultor do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), a expansão da atividade no último ano tem relação com as operações de fiscalização e fechamento de garimpos ilegais, intensificadas em 2022. “A tendência originário é que quem trabalhava ilícito no mina vai trabalhar ilegalmente na madeira“, explica o pesquisador.
De contrato com o gráfico de estudo temporal, Roraima passou por duas fases de queda consecutivas na atividade. As análises demonstram que, entre agosto de 2021 e julho de 2022, 1.671 hectares de florestas tiveram exploração de madeira no estado de Roraima. Entre 2020 e 2021, foram 1.258 hectares. Antes da queda, os números se aproximavam da estatística atual, sugerindo um movimento cíclico. No período de agosto 2019 a julho de 2020, quando o Simex iniciou o trabalho de monitoramento, foram explorados 9.458 hectares, sendo 55% referentes à prática não legalizada.
O clima também interfere nos dados recentes, já que a redução de chuvas facilita o aproximação às estradas, essenciais para o escoamento do resultado. “Em toda a Amazônia choveu muito menos de 2022 para 2023, esse ano específico da estudo”, explica Pacheco.
Por termo, o pesquisador aponta a subtracção das ações de fiscalização, que estavam em subida devido às operações de combate ao mina ilícito. Com menor controle, há o salto na atividade ilícito. Do totalidade da madeira explorada no estado entre 2022 e 2023, o Simex avalia que 82% têm origem irregular. Porém, os pesquisadores alertam sobre a possibilidade de inconsistência nos dados, já que não foi verosímil fazer a checagem dos registros de regulamentação na Organização Estadual de Meio Envolvente (Oema) de Roraima. “A rede Simex procurou a Organização Estadual de Meio Envolvente (Oema) de Roraima, mas não obteve retorno”, afirma o Simex, por meio de assessoria de prensa.
Edição: Thalita Pires