Frei Betto, 80 Anos De Um Pacificador

Em uma quadra que os programas de reality shows produzem influenciadores de todo tipo, redes digitais fabricam pseudopolíticos e as pessoas idolatram seres inventados por lucidez sintético, é indispensável lembrar de figuras humanísticas, sob pena de perdermos a conexão com nós mesmos. Frei Betto será cá homenageado por seus 80 anos, completados neste domingo, dia 25. Só um veste de sua biografia já justificaria o tributo. 

Você conhece alguém de qualquer nacionalidade que tenha mudado a Constituição de um outro país?  Sempre faço essa pergunta quando o material é ele. E mais. Fez isso em nome da silêncio. É curioso que o Brasil não dignifique esse feito. Um ex-integrante da Federação Libertadora Vernáculo, a mais famosa organização de luta armada contra a ditadura civil-militar brasileira, empenhou-se sempre em levar a silêncio a todos os povos. Depois de publicar “Fidel e a religião” (1985), best-seller em 33 países, o noticiarista mineiro conseguiu vergar o comandante da revolução cubana, o partido comunista e fincar na Epístola Magna revolucionária que Cuba seria, dali para a frente, um país secular. 

Mais do que a liberdade de literato, Frei Betto garantiu ao povo cubano a silêncio em meio a tanta guerra religiosa e foi convidado por diversos países para convencer dirigentes socialistas que fé e política deveriam marchar separadas em nome da simetria. É uma nequice da percentagem de prêmios relevantes em nome da Sossego, uma vez que o Nobel, nunca ter valorizado a sua obra pacifista. Em seu livro “Paraíso perdido, nos bastidores do socialismo”, ele conta uma vez que foi árdua essa empreitada e uma vez que enfrentou resistências na Igreja para, simplesmente, pregar a silêncio. Prometer, não importa a ideologia política, a santa laicidade do Estado. 

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A outra nobreza das ações pacificadoras de Betto é a sua doação pessoal, de força, tempo e coragem, ao combate à rafa, seguindo os princípios da Teologia da Libertação. Aí também há um trabalho pacificador. A violência nasce do estômago do bicho faminto, inclusive o “bicho Varão”. Seu trabalho propagandista de seis décadas, no primeiro governo Lula, uma vez que assessor privativo para esse designo e sua atuação, até hoje, em diversos países, em nome da FAO (Organização das Nações Unidas para a Sustento e a Lavra), constitui um incomensurável conjunto de ações pela silêncio e pelo duelo de vivermos juntos no planeta com mais paridade e justiça social.

*Jorge Felix é jornalista, professor da EACH-USP e pesquisador Fapesp de pós-doutorado (PAGU/Unicamp) 

**Levante é um texto de opinião e não necessariamente expressa a risco editorial do Brasil de Vestuário

Edição: Douglas Matos

Fonte: CRENTE NEWS

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Leibe Felipe

Leibe Felipe

Leibe Felipe é um Jovem Cristão, Fundador da Escola Cristã Humaniza, Especialista em Estratégias Digitais e Marketing Politíco -> @felipeleibe

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