Galípolo No BC: Economistas Não Esperam ‘ousadia’, Mas Sim Atuação Mais Alinhada A Lula

A gestão do economista Gabriel Galípolo na presidência do Banco Medial (BC) não deve ser marcada por mudanças bruscas nas definições da taxa básica de juros da economia pátrio, a chamada Selic. Apesar disso, deve ser mais alinhada às ideias do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do que tem sido a gestão de Roberto Campos Neto.

A previsão é de economistas ouvidos pelo Brasil de Trajo em seguida a indicação de Galípolo à presidência do BC. O ato foi anunciado na quarta-feira (28) pelo ministro da Herdade, Fernando Haddad (PT). Galípolo, agora, será sabatinado no Senado e, se sancionado, assumirá o posto de Campos Neto em janeiro do ano que vem.

Campos Neto foi indicado à presidência do BC pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele atuou para que o BC se tornasse autônomo. Com isso, tornou-se o primeiro presidente do órgão a comandá-lo durante um governo do qual foi opositor.

Campos Neto votou com a camisa da seleção brasileira durante a eleição de 2022, disputada entre Lula e Bolsonaro. Depois, foi duramente criticado por Lula por sua aproximação com Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro bolsonarista e hoje governador de São Paulo.

Esse tipo de atrito público entre Lula e a maior poder monetária do país gerou tensões para a economia vernáculo, principalmente durante leste ano. Com a promoção de Galípolo de diretor a presidente do BC, economistas esperam dias mais tranquilos, o que tende a beneficiar a economia pátrio e a população uma vez que um todo.

“Campos Neto amplifica expectativas negativas do mercado sobre o governo, repete discursos sobre uma crise fiscal que não existe”, criticou Pedro Faria. “Galípolo não deve fazer troço dessa ‘correia de transmissão’ do mercado contra o governo.”

Miguel de Oliveira, diretor-executivo da Associação Vernáculo dos Executivos de Finanças (Anefac), também não vê Galípolo criticando o governo Lula. Segundo ele, Lula se reuniu com Galípolo antes de indicá-lo. Deve tê-lo questionado sobre suas ideias para o BC. 

Oliveira ressaltou que ainda é cedo para proferir uma vez que será a atuação de Galípolo no BC, muito menos uma vez que ele vai atuar nas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a Selic – maior ponto de discordância entre Lula e Campos Neto.

Sem ‘cavalo de pau’

Eric Gil Dantas, economista do Instituto Brasílio de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps) e responsável de um dos artigos do livro Os Mandarins da Economia: Presidentes e Diretores do Banco Médio Do Brasil, não crê em grandes mudanças no BC.

“Não tivemos nem a mostra individual do Galípolo de que haverá grandes mudanças, nem estamos em um contexto em que o Executivo tem força para impor sua política [de juros mais baixos] sem altos custos políticos”, disse Dantas.

Mauricio Weiss, economista e professor da Universidade Federalista do Rio Grande do Sul (UFRGS), também não vê espaço para cortes de juros já em seguida a indicação de Galípolo ou logo em seguida sua posse. “Não haverá mudanças bruscas. Acredito que as mudanças poderão suceder em outro momento”, disse ele, lembrando que a subida do dólar aumentou a pressão inflacionária e reduziu espaço para quedas da Selic.

Pressão sobre Lula

Weslley Cantelmo, economista e presidente do Instituto Economias e Planejamento, afirmou, inclusive, que uma eventual manutenção dos juros no atual patamar de 10,5% ao ano já sob a gestão Galípolo poderia virar um problema para Lula.

O presidente reclama frequentemente de Campos Neto sobre a Selic. Se seu indicado agisse uma vez que ele, Lula logo não teria de quem se queixar.

“Eu acho que o governo pode tolerar com isso”, alertou Cantelmo, ressaltando que Galípolo não tem um perfil tão dissemelhante de Campos Neto.

Dantas também acredita que Galípolo, apesar de mais desempenado, ainda criará contradições para o governo. Nesses casos, porém, Lula será obrigado a mourejar com elas.

Quem é Galípolo?

Gabriel Galípolo já trabalha no BC desde julho do ano pretérito. É o atual diretor de Política Monetária do órgão, função considerado o “número 2” da instituição. Nessa diretoria, ele exerce um papel importante na discussão da taxa básica de juros.

Ele, assim uma vez que Campos Neto, é um ex-banqueiro. Foi presidente do Banco Fator, focado em investimentos financeiros, de 2017 a 2021. Campos Neto presidiu o Santander.

Muito antes disso, fez graduação e mestrado em Economia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Galípolo deixou a liceu em 2008. De lá, foi trabalhar em secretarias do governo do estado de São Paulo durante a gestão de José Serra (PSDB). Dirigiu a superfície de estruturação de projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs).

O agora indicado ao presidente do BC deixou o governo paulista em 2009 e fundou uma consultoria própria, com a qual trabalhou mesmo ocupando função de chefia no Banco Fator, até 2022.

Depois, virou mentor da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp) e pesquisador do Núcleo Brasílio de Relações Internacionais (Cebri). Em 2023, em seguida a posse de Lula, foi convidado para ser secretário executivo do Ministério da Herdade.

Galípolo concedeu entrevista ao Brasil de Veste em maio de 2023, durante a Feira Vernáculo da Reforma Agrária. Na quadra ocupando a secretaria-executiva do Ministério da Herdade, o economista demonstrou sua disposição ao diálogo com todos os setores da sociedade.

“A gente precisa voltar a ter um espectro político democrático dentro do país, em que a concorrência, a competição é absolutamente normal, mas dentro desse espectro político democrático. O diálogo é o ponto principal. A gente tem que dialogar com todo mundo. Eu vim de um evento da Faria Lima para cá [para a Feira Nacional da Reforma Agrária]”, afirmou.

Edição: Felipe Mendes

Fonte: CRENTE NEWS

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Leibe Felipe

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Leibe Felipe é um Jovem Cristão, Fundador da Escola Cristã Humaniza, Especialista em Estratégias Digitais e Marketing Politíco -> @felipeleibe

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