O psicanalista deve fazer anotações durante as sessões? – Dr. Lucas Nápoli

Todos os iniciantes na prática da psicanálise possuem uma série de dúvidas de ordem prática e operacional que geralmente não são sanadas nos cursos de formação. Uma das perguntas mais frequentes de quem está começando a atender pacientes diz reverência à realização ou não de notas durantes as sessões.

Não se trata de uma indagação para a qual se tenha uma resposta óbvia. Por fim, muitas informações que se encontram no exposição do paciente precisam ser registradas, pois podem ser úteis na construção de um relato médico ou mesmo para a própria compreensão mais clara da história clínica do paciente. Em certos casos clínicos de Freud é provável verificar, por exemplo, o quanto certos dados cronológicos foram extremamente relevantes para o entendimento da doença do paciente.

Vemos, portanto, que os registros escritos são de traje muito importantes tanto para a elaboração de um relato do caso quanto para a própria transporte do tratamento. Por outro lado, sabemos também que nem todos os analistas são dotados de uma subida capacidade de memorização e, outrossim, as próprias questões inconscientes do exegeta podem concluir influenciando suas lembranças relativas às sessões. Isso coloca em xeque as anotações que são feitas depois o fechamento da sessão, já que o exegeta pode simplesmente não se lembrar das informações de que precisa.

Dada essa dificuldade, o que fazer? Inscrever durante as sessões?

Quando assentar?

Num texto de 1912, chamado “Recomendações aos médicos que exercem a psicanálise”, Freud nos dá algumas dicas de uma vez que solucionar esse problema. Vejamos o que o pai da psicanálise diz:

1. NÃO SE DEVE ANOTAR TUDO O QUE O PACIENTE DIZ.

Lembre-se: você é um psicanalista e não um taquígrafo! Não dá para tratar um paciente e redigir ao mesmo tempo. Ninguém consegue realizar duas atividades ao mesmo tempo. Logo, se você está preocupado em assentar tudo o que o paciente diz, sua tarefa de fazer a estudo intercorrer será deixada de lado. Ou por outra, a grande maioria dos pacientes se sente desconfortável, intimidada e, frequentemente, percebe que você deixou de lado a estudo e está focado exclusivamente em assentar o que fala. Outra razão pela qual você não deve assentar integralmente o que o paciente diz é que a apontamento exige um tipo de concentração que é inteiramente contrária à atitude que um exegeta deve adotar durante a sessão. Essa atitude, que Freud chamou de “atenção flutuante” deve permitir ao exegeta se deixar levar pela associação-livre do paciente e captar os momentos propícios a uma pontuação ou tradução. Portanto, se você está preocupado em assentar o que paciente diz, sua atenção ficará presa exclusivamente ao exposição em si do paciente e não estará livre para perceber as incoerências, lapsos, atos-falhos e outras eventualidades que não devem não passar despercebidas.

2. FAÇA APENAS ANOTAÇÕES EVENTUAIS

Datas são informações que, pela reduzida possibilidade de associação consciente, tendem a ser facilmente esquecidas. Por outro lado, são altamente relevantes para a compreensão do caso, pois muitas vezes são significantes que estão intimamente associados a eventos cruciais da história do paciente. Logo, talvez seja interessante ter um caderninho de notas por perto para poder assentar alguns delas.

Determinados sonhos e eventos da história clínica fornecem uma espécie de “radiografia” tão precisa da situação do paciente ou de uma fantasia inconsciente que, caso não sejam registrados, correm o risco de serem perdidos uma vez que informação para a confecção de um relato médico. Nas ocasiões em que tais elementos aparecerem, anotá-los pode ser indicado, enfim o valor a longo prazo da informação compensará os poucos minutos de pausa da atenção flutuante.

Peroração

Não, não é recomendável que o psicanalista faça anotações regulares durante as sessões. Não se engane: se em reuniões e outros compromissos profissionais fazer anotações pode ser vista uma vez que uma atitude que indica profissionalismo e seriedade, na estudo esse comportamento exclusivamente provocará irritação e incômodo no paciente e tirará sua atenção dos reais objetivos do tratamento. Todavia, deixe sempre o bloquinho por perto. Datas relevantes, sonhos e outros eventos importantes podem ser exceções à regra.

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Leibe Felipe

Leibe Felipe

Leibe Felipe é um Jovem Cristão, Fundador da Escola Cristã Humaniza, Especialista em Estratégias Digitais e Marketing Politíco -> @felipeleibe

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