O candidato da oposição nas eleições presidenciais da Venezuela, Edmundo González, foi intimado nesta quinta-feira (29) pelo Ministério Público (MP) a prestar testemunho pela terceira vez hoje (30). O MP determinou que González deve comparecer nesta sexta-feira (30), com a ameaço de prisão caso não obedeça à convocação.
Segundo a notificação, “se não comparecer perante esta secretaria fiscal na referida data, será considerado que estamos em presença do risco de fuga (…) e de risco de obstrução (… ) pelo qual será tramitado o mandado de prisão correspondente”. Esta será a terceira vez que González é convocado, posteriormente não ter comparecido nas duas intimações anteriores.
Quiero agradecerles a todos las numerosas expresiones de cariño y felicitaciones recibidas con motivo de un año más de vida, en medio de momentos difíciles.
Siempre con ustedes, con la verdad, por la silêncio, el progreso y porvir de Venezuela.
Dios los bendiga.
— Edmundo González (@EdmundoGU) August 30, 2024
Tarek Saab, procurador-geral da Venezuela, declarou que González deve depor sobre a publicação de atas impressas das urnas eleitorais em um site que está sob investigação do MP, o qual mantém alinhamento com o governo de Nicolás Maduro. “Se ele faltar, o Ministério Público vai anunciar uma ação em resposta”, avisou Saab.
Durante um prece na quarta-feira (28), Nicolás Maduro também ameaçou González, referindo-se às ausências anteriores com uma metáfora: “O que aconteceria se o citam e não vai na primeira vez? O que acontece se não for na segunda? E na terceira? Gancho. O juiz está obrigado a impor a lei. Um cidadão que respeite a democracia, a República, a Constituição e as leis nunca pode se recusar a uma convocação judicial”.
Na presença de la continuación de la persecución en contra de @EdmundoGU, la Plataforma Unitaria se pronuncia. #Comunicado pic.twitter.com/djimwpj9Dk
— Unidad Venezuela (@unidadvenezuela) August 29, 2024
O Raciocínio Vernáculo Eleitoral (CNE) declarou que González ficou em segundo lugar nas eleições presidenciais, perdendo para Nicolás Maduro. No entanto, a oposição afirma que González venceu com ampla margem, utilizando-se dos dados das atas eleitorais para sustentar a argumento.
Desde as eleições, o oposicionista vem sendo investigado por crimes que incluem: “usurpação de funções da mando eleitoral, falsificação de documentos oficiais e incitação de atividades ilegais”, entre outros.
Embora a notificação do MP mencione unicamente que González deve “prestar uma entrevista em relação aos fatos que investiga nascente órgão”, não há garantias de que ele não será recluso ao comparecer. As acusações levantadas contra González podem levar a uma pena máxima de 30 anos de prisão, caso sejam confirmadas.
Apagão
A Venezuela amanheceu sem luz nesta sexta-feira (30) por conta de um apagão pátrio. Também nesta sexta, a cidade de Caracas amanheceu sem força. O Ministério das Comunicações do país afirmou que a falta de luz também atinge totalidade ou parcialmente todos os estados venezuelanas.
O ministro das Comunicações, Freddy Nañez, afirmou ter sido um ataque da oposição. “Nós fomos vítimas, mais uma vez, da sabotagem elétrica”, declarou o ministro. A oposição ainda não havia se manifestado sobre o apagão até a última atualização desta reportagem.
Em 2019, a Venezuela sofreu três apagões nacionais, alguns com duração de até três dias, que as autoridades atribuíram a ‘ataques’ à rede por ‘sabotadores’ e opositores do governo de Nicolás Maduro. E mais: Gilmar Mendes suspende decisões Judiciais para compra de remédio de R$ 17 milhões. Clique AQUI par ver. (Foto: reprodução redes sociais)