Categoria pede recomposição salarial escalonada em 3 anos: 20% em 2024, 20% em 2025 e 20% em 2026
Funcionários da Fiocruz (Instauração Oswaldo Cruz) anunciaram na 4ª feira (31.jul.2024) que farão uma paralisação de 24 horas nesta 5ª feira (1º.ago). O movimento é uma forma de pressionar o governo por reajuste de salários e mudanças no projecto de remuneração e cargos da categoria.
A greve foi decidida na 2ª feira (29.jul), em parlamento do Asfoc (Sindicato dos Servidores de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública), que contou com a presença de muro de 700 pessoas.
De pacto com o presidente do sindicato, Paulo Garrido, a categoria exige recomposição salarial escalonada em 3 anos: 20% em 2024, 20% em 2025 e 20% em 2026. Nas contas do Asfoc, a defasagem salarial desde 2010 é de 59% para funcionário de nível superior e de 75% para o nível intermediário.
O sindicato estima que a implementação totalidade do reajuste exigido trará um impacto de R$ 907 milhões por ano na folha salarial da instalação. Segundo Garrido, 6.527 trabalhadores seriam beneficiados, entre ativos e aposentados.
As negociações sobre carreiras e remuneração dos funcionários concursados acontecem com a Fiocruz e o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.
Outra reivindicação da categoria é a implementação do chamado reconhecimento de resultados de aprendizagem. “Atende a vários cargos de analistas e tecnologistas, e consiste em não reconhecer unicamente títulos acadêmicos porquê valorização do conhecimento”, explica Garrido.
“Um cirurgião pode ser altamente qualificado com várias especializações, sem ter cursado doutorado. As especializações e atualizações são mais estratégicas para suas competências e desempenho na prática”, exemplifica.
Segundo Garrido, em 2015, houve pacto para implantação da política, mas ela não foi concretizada.
Além dos funcionários concursados, a Asfoc representa trabalhadores terceirizados e bolsistas, e tem presença no Parecer Deliberativo da Fiocruz.
À Filial Brasil, o presidente do sindicato valorizou a retomada de diálogo com o governo, que se deu no ano pretérito, mas se mostrou forçado em relação ao rumo das conversas.
“Chegam pelos jornais, todos os dias, notícias de diferenças de tratamento com algumas categorias, que estão mais valorizadas. Somos uma instituição estratégica a serviço da saúde e da ciência do país, e sempre estivemos presentes nos momentos mais difíceis, porquê na pandemia. Nós queremos ter a mesma valorização”, declarou.
O sindicato dos funcionários da Fiocruz enviou ofícios à diretoria da instalação e ao Ministério da Gestão e da Inovação expondo a decisão da parlamento e se comprometendo a prometer serviços essenciais durante a paralisação.
O documento informa que a categoria recusou a proposta do ministério, que não contemplava reajuste salarial em 2024. Um aumento de 9% seria feito em 2025 e outro de 4% em 2026. “Não dialoga com a recuperação das perdas”, diz o ofício. O sindicato destaca que a parlamento aprovou o estado de greve.
Paulo Garrido disse esperar “um reconhecimento pelo governo a toda a tributo da Fiocruz ao povo brasílico, com valorização concreta de seus trabalhadores”.
“Produzimos remédios e vacinas para distribuição gratuita, fizemos descobertas reconhecidas em todo mundo e enfrentamos doenças e calamidades. O reconhecimento precisa principiar na remuneração. Ela é que nos sustenta”, afirmou Garrido, que também atua porquê professor da Ensp/Fiocruz (Escola Pátrio de Saúde Pública Sérgio Arouca).
Uma parlamento está marcada para 6ª feira (2.ago). Nela, será medido o resultado das negociações com o ministério e definida a ininterrupção ou não da greve. Uma paralisação progressiva já está sendo discutida pelo sindicato. Isso quer manifestar que, caso o governo não ceda, os trabalhadores fariam greve 1 dia por semana.
Procurada pela Filial Brasil, a Fiocruz informou que a presidência da instituição e uma percentagem de diretores, formada a partir do Parecer Deliberativo da Fiocruz, têm se reunido desde fevereiro com integrantes do governo.
Na tarifa, diz a nota, está “a resguardo dos trabalhadores e da prestígio de que a negociação em torno da tábua remuneratória e de mudanças nas carreiras dos servidores reflita o reconhecimento de todo o trabalho e dedicação dos servidores da Fiocruz à população brasileira”.
A Filial Brasil procurou o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, mas não recebeu posicionamento até a publicação deste texto.
Fiocruz
A instituição é referência em ciência e tecnologia ligadas à saúde pública dentro e fora do Brasil. Atua no desenvolvimento e na produção de vacinas e realiza estudos científicos, entre outras atividades. Com sedes em 11 Estados e no Província Federalista, a instalação tem muro de 13.500 funcionários. Contou com um orçamento de quase R$ 9,6 bilhões em 2023.
A Fiocruz publicou 2.030 artigos científicos no último ano e produziu 91,59 milhões de doses de vacinas. Murado de 300 milénio pacientes receberam atendimentos de saúde na instalação no período.
Com informações da Filial Brasil.
rn
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Fonte: CRENTE NEWS