A teoria de que o sofrimento pode trazer alguma coisa positivo é um tanto quanto desacreditada. O suportar está relacionado com a dor e nosso corpo quer sempre evitar a dor.
“A vida é uma sequência de coisas extremamente perigosas onde você tem algumas oportunidades, e, no entanto, você tem que estar o tempo todo minimizando os perigos e os riscos.” (Josimar Fonseca)
Se, por um lado, o “suportar” é alguma coisa temido, por outro lado, o “não suportar” impede o prolongamento e sazão emocional. O prolongamento a partir de um sofrimento permite um novo olhar sobre a própria vida, reconhecimento de limites e até mesmo do que somos capazes de suportar.
Identificar que alguém do convívio próximo tem o transtorno de personalidade narcisista é muito difícil e vai exigir muito conhecimento e sabedoria para mourejar com essa constatação.
Para a pergunta: Será que o narcisista patológico sofre?
Isso não significa que a pessoa que tem o transtorno de personalidade narcisista sofra igual ao outro que está envolvido nesse tipo de relacionamento. Podemos elaborar mais detalhes para que possa tornar mais evidente a qualidade do sofrimento do narcisista.
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Sofre por querer manter o suprimento que o outro dá;
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Sofre quando é revelado alguma coisa grave sobre ele(a) por um inadvertência, por exemplo, quando o companheiro pega uma conversa no celular que revela uma traição. Nesse caso, o sofrimento do narcisista vai rodopiar em torno da pergunta “uma vez que pude deixar que isso acontecesse” o que não significa que se importa pela traição que fez e o que isso provocou em alguém que confiava nele;
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Sofre por estar sozinho;
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Sofre por não conseguir o que quer;
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Sofre por perder o controle sobre o outro;
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Sofre por ver a independência da outra pessoa;
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Sofre por ver o sucesso da outra pessoa a ponto de não comemorar e até mesmo sentir raiva;
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Sofre quando param de ser admirados uma vez que acham que merecem;
O que podemos expor é que o sofrimento do narcisista patológico não é comparável ao que ele pretexto na vítima.
A pessoa que se relaciona com outra que tem o transtorno narcisista não vive uma alegria genuína. É um miragem, sempre foi priorizado as escolhas do narcisista. As suas vontades e desejos nunca foram colocados em primeiro lugar. Enquanto você imaginar que o sofrimento do narcisista é uma vez que o seu, não vai conseguir se desvincular dele. A empatia faz crer que o sofrimento do outro é o mesmo que o seu e isso é um equívoco. Não compare os sofrimentos deles com os seus.
O narcisista coloca você numa jogada dele, apesar de você ser o mais prejudicado, você acaba o consolando quando as coisas dão inverídico porque fica com dó. Perceba que o maior prejudicado foi você e há essa inversão de papéis.
É uma falsa sensação interpretar uma vez que um “desleixo” a separação do narcisista. Sim, podemos declarar que o narcisista sofre com o desleixo porque não suporta permanecer sozinho consigo mesmo. Repare que ele não gosta dele mesmo mas também não se importa em mudar, em querer evoluir ou se aprimorar. O que é importante para essa pessoa é manter uma imagem e se nutrir da sua presença, da sua companhia.
Haverá consolação ao se livrar daquele sofrimento que foi vivido ao lado de uma pessoa com narcisismo patológico, onde zero que você fizesse seria o suficiente.
O sentimento de “culpa” poda a vontade de transpor da relação.
É preciso contabilizar os seus danos, suas perdas, uma vez que está afetando sua saúde e tomar uma decisão para cuidar de você e reconstruir a história a partir de você e ter recato para identificar a vitimização do narcisista. O narcisista usa a dinâmica de colocar a culpa no “outro” e o codependente é técnico em assumir a culpa, achando que vai salvar o relacionamento. Talvez seja hora de soltar, deixar ir para que venha o novo.
Mais sobre a série de lives do meio Psicanálise & Eu “Será que o narcisista sofre?” você pode conferir no link do YouTube: